Resisti a um cancro agressivo, a mudanças de profissão, de casa e de país. Sou mãe, avó, escritora e coach.

Durante muitos anos quando olhava para trás, via a minha infância e adolescência com angústia. Considerava que tinha sido infeliz. De facto, esses dois períodos foram pautados pela solidão e por fracassos.

Até entrar na Universidade frequentei muitas escolas. Mudava quase todos os anos durante as férias grandes. Os Verões eram passados em casa, sempre numa nova cidade onde não conhecia ninguém. Ansiava e receava o primeiro dia de aulas na mesma proporção. A alegria de conviver era superada pelo desconforto de estar só e enfrentar as novas colegas sem rede de apoio. Nunca cheguei a fazer amigos duradouros. O meu tempo de estudante universitária foi curto, interrompido por circunstâncias fora do meu controlo. Terminei o curso sem frequentar as aulas. Também esta fase tão importante da minha vida foi vivida pela metade.

Residi e trabalhei depois numa pequena Vila do interior, onde, por mais esforços que fizesse nunca consegui passar de invisível. Ali, atravessei um deserto de vinte e oito anos até mudar para Inglaterra. No Reino Unido não era parte da comunidade, mas tornei-me visível, reconhecida pelo meu trabalho e a minha opinião era valorizada.  A nível profissional eu fazia a diferença e impactava pessoas.  

 O meu entusiasmo aumentava à medida que estudava e investia em formação. Quando, devido a uma doença grave, regressei a Portugal, decidi honrar quem sou, assumir o comando da minha vida.

Hoje sou mentora para ajudar outras mulheres a viver cada minuto com garra!